Enquanto vamos vivendo a vida como pálidos fantasma, tentando encontrar na azáfama do dia-a-dia razões para nos considerarmos livres e felizes.
Enquanto rejeito o amor que quase me chegas a dar e me distancio cada vez mais da dor que a tua falta de amor me provoca.
Andamos sozinhos neste mundo de Deus à procura sem parar, comandados por forças mais altas que nunca nos chegam a dizer o que devemos fazer.
Sozinhos e triste, mesmo rodeados de gente, sem ter ninguém capaz de completar todos e cada parâmetro do nosso ser. Assim em vez de uma pessoa arranjamos várias e a única coisa que acabamos por sentir é que essas pessoas estão lá, mas que nós somos o que somos, não a parcela daquilo que para cada um somos.
Fingimos e mentimos, para tentar encobrir aquilo que todos sabem, todos sabem que todos sabem, mas que todos sabem que devem fingir que não sabem e que não estão a encobrir aquilo que todos fingem que não mas sabem que sabem.
Esta realidade simples, não é mais complexa que biliões de palavras que usamos para tentar expressar aquilo que não pode ser expressado.
E enquanto uns gritam por prazer, outros por dor, sim esses... os famosos profetas da desgraça, outros gritam por tudo e outro por razão nenhuma. Enquanto gritam e choram num silêncio rodeado de risos e gargalhadas, onde tudo serve para encobrir a tristeza que nem nós próprios admitimos sentir.
E assim vamo-nos afundadando num molho de palavras com sentido mas que dizem tudo menos aquilo que queriamos dizer.
E ficamos calados e passivos, pensando estar activos, quando aquilo que deve ser feito e aquilo que deve ser dito fica sem dizer.
Isto está uma granda bosta, vou parar.